almost two years.

Já se passaram quase dois anos desde aquele dia.

Engraçado como não me esqueci de nada. Sempre que passo naquelas ruas lembro-me de tudo como se tivesse sido no dia anterior. Relembro cada passo que dei com uma precisão que me surpreende pois naquele dia não tomei atenção nenhuma ao caminho. Apenas quis fugir dali. Refugiar-me no meu canto.

Sempre que passo por lá, que calco o mesmo chão, que em encosto ao mesmo muro, a dor que senti nesse dia atinge-me e, apesar de saber que isso já vai acontecer, nunca me habituo. Fecho os olhos e engulo a dor, já sou forte para reter as lágrimas que nesse dia jorraram sem parar.

Por muito que diga que ultrapassei esse dia, a dor que isso me causou nunca me abandonou, sabias? Nunca. E há dias em que volta com a mesma intensidade.

No fundo queria que soubesses o quanto teres sito tu a fazer isso me magoou e, embora saibas que isso foi difícil de eu ultrapassar, não tens a noção do que eu passei e das lágrimas que chorei por tua causa. Isto porque eu tento sempre amenizar os estragos e, embora gostasse que soubesses isso, sinto que teres plena consciência do que aconteceu dentro de mim, além de não mudar nada o que eu sinto, iria agravá-lo pois ver-te mal ainda é pior do que carregar esta dor sozinha há quase dois anos – pelo menos é o que acho e irei continuar a achar.

Não minto, nunca pensei que fosses capaz de me fazer isso, depois de tudo o que tínhamos passado, mas não te dar uma segunda oportunidade era algo absurdo aos meus olhos.

É a tua amizade – ou a minha por ti – que eu mais prezo e serás a última coisa de que irei desistir.

Desculpa-me por tudo, já nem sei quantas vezes errei contigo, mesmo sem ter a mínima intenção. Nunca te esqueças que eu quero que sejas a pessoa mais feliz do mundo e isso nunca irá mudar.

E olha: um dia ainda te vou sussurrar ao ouvido que te amo mais que tudo.