Tu vais... e voltas.

(...)

Mas não há problema. Eu sei que acabas por voltar, eu sei que acabas por voltar a roubar-me o coração. Irás cuidar dele (por tempo bastante limitado), dar-lhe o que ele mais quer e nunca teve e, depois, irás fazer com que ele se encolha cada vez mais e mais, até que ele impluda e se parta em mil pedacinhos.

Aí devolves-mo em cacos para eu tratar dos danos irreparáveis, livraste dele como se fosse apenas uma camada de pele velha que vai embora com o tempo.

E, justamente quando penso que, apesar de não reparado, vai começar levemente a bater, tu voltas. Com esse teu sorriso hipnotizante, com esse olhar que derrete os muros de rancor e raiva que construí para salvaguardar o meu frágil coração, para te manter no lado a que pertences – o exterior –, tu voltas.

(...) Eu sei que voltas, e sei que tornas a ir. As vezes que forem precisas. Exclusivamente as vezes que quiseres, sem te importares comigo nem com o meu já tão - e por tua causa - remendado coração.

(meio inventado.)