i never thought we'd be like this

Quando falei contigo pela primeira vez, à três anos atrás, nunca pensei que ali estava a pessoa que se ia tornar a mais importante para mim, nunca pensei que estava ali a pessoa que mais me ia fazer sorrir, aquela com quem ia passar os melhores momentos da minha vida, aquela com quem ia dar as mais sinceras gargalhadas e muito menos aquela que me fazia chorar como mais ninguém era capaz de fazer, aquela que me desiludia mais do que toda a gente, aquela que me magoava e nem se apercebia ou simplesmente não se importava.

Não, eu nunca pensei que tu viesses a ser isto tudo para mim. Que se passou, como permiti que isto acontecesse? Eu que desde cedo tinha aprendido a não confiar em ninguém, a não revelar as minhas fraquezas, de repente vejo-me a desabafar contigo, a contar contigo como antes não tinha contado com ninguém, a amar-te cada vez mais, a pensar que nada estava perdido e que um dia eu até poderia vir a ser feliz, contigo.

Foram tudo sonhos, meu amor? A nossa amizade foi tudo uma ilusão?

Os (bons) momentos contigo já são escassos, já não me compreendes, já não confias em mim, já nem ter uma conversa "decente" conseguimos.

Quando penso em ti já não aparece aquele sorriso pateta no meu rosto, nem aquele ar sonhador, nem me aparecem fragmentos dos nossos momentos felizes. Agora fico com o olhar apagado, boca serrada e nos meus olhos fica um vazio, estou perdida em sombras de épocas felizes que temo não voltarem mais.

Choro mas já não é (só) de tristeza, é de frustração. Porque é que não deu certo? Porque é que teve de acabar? Porque não tivemos o nosso 'amigas para sempre'?

Dantes só pensava em ti, nas nossas longas conversas, nos nossos momentos, em nós. Agora continuo só a pensar em ti, tentando encontrar o ponto em que a nossa amizade se perdeu, em que ponto nos tornamos desconhecidas, em que ponto te perdi.

Nunca te esqueço, nunca sais do meu pensamento, dou por mim a toda a hora a perguntar a mim mesma «será que ela está bem?», «será que tem saudades nossas?», «será que ela também gostava que voltássemos ao que éramos?».

Sim, vemo-nos todos os dias. E depois? Altera o facto de não sermos nem sombras do que fomos? Ou será que não fomos nada e foi tudo uma ilusão que criei?

Dei-te mais do que o que estavas habituada, talvez tenha sido esse o meu erro. Mas eu a ti, tive sempre de dar o melhor de mim, porque tu mereces, embora não o consigas ver.

Lembraste da maneira como lia os teus olhos? Bastava um olhar que eu sabia como te sentias, sabia o que me querias dizer, sabia se querias ir dar uma volta ou se querias permanecer no mesmo sítio, eu conseguia decifrar tudo nesses olhos que sempre me fascinaram. Eu sei que te lembras. Não sentes falta de quando isso acontecia, meu amor?

Sabes bem que só quero que sejas a pessoa mais feliz do mundo. Cuida muito bem de ti, já que não deixaste/quiseste que eu o fizesse.

Acho que no fundo só queria que soubesses que eu continuo a amar-te muito e como ninguém, minha princesa.